A literatura como uma espécie de devaneio geográfico — este é o princípio que orienta o trabalho de Stéphane Chao na organização desta Antologia Pan-Americana: 48 contos contemporâneos do nosso continente, que a editora Record acaba de lançar.
A antologia atravessa de norte a sul o continente, em sua variedade literária e linguística — estão lá autores dos domínios português, inglês, espanhol, francês e holandês. O número de autores varia a cada país, todos representativos da ficção dos anos de 1990 e 2000. Brasil e Estados Unidos possuem representantes de cada uma das regiões. Entre os nossos estão Edyr Augusto (Norte), Raimundo Carrero e Ronaldo Correia de Brito (Nordeste), André de Leones (Contro-Oeste), Alberto Mussa, Luiz Ruffato e Marçal Aquino (Sudeste), Amilcar Bettega e Miguel Sanches Neto (Sul).
“A geografia é literária por natureza, é o tempo sem data nem medida. A geografia, portanto, tem uma relação profunda com o mito, com sua atemporalidade fantástica, terreno onde se desenrolam as fábulas e narrativas primitivas, as grandes iniciações coletivas e individuais”, o organizador escreve no prefácio que, como observa Marco Lucchesi, configura na verdade a 49ª narrativa do volume.
Nascido em La Rochelle (França), em 1974, Stéphane Chao trabalha como agente literário internacional, dedicando-se em especial a escritores brasileiros. Mora no Rio de Janeiro.
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