Programa Jogo de Ideias entrevista Benjamin Moser
em 20/10/2010

Benjamin Moser, jornalista, tradutor e escritor, fala do roteiro sentimental que traçou para conhecer a obra de Clarice Lispector. A entrevista à qual o leitor de Conexões tem acesso neste post foi realizada pelo jornalista Claudiney Ferreira e pelo escritor José Castello para o programa Jogo de Ideias, gravado na Casa da Cultura, em Paraty, durante a 8ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).

Benjamin Moser inicia sua fala pela leitura de um trecho de seu livro sobre Clarice Lispector, acerca da mitologia existente em torno de sua biografada. Também são temas da conversa a consciência da autora sobre o que havia atingido como escritora, contrastada com a sensação de fracasso pessoal experimentada por ela. Moser fala ainda de seu mergulho pessoal na prosa de Clarice, a partir de A hora da estrela, do percurso de leitura e do percurso até a lingua portuguesa. “Clarice não entra pela cabeça, entra pelo coração e pela barriga”, sintetiza o biógrafo.

Na segunda parte da conversa, Benjamin Moser lê trechos da obra de José Castello, autor que conheceu durante a gravação da entrevista, mas cuja obra já lhe era referência. Em seguida, Castello rememora seu contato pessoal com Clarice Lispector, quando era ainda um escritor inédito de vinte e poucos anos.

Neste trecho da entrevista, o biógrafo fala sobre o objetivo que norteou sua escrita: apresentar Clarice Lispector ao leitor estrangeiro. As escolhas da construção do livro e o roteiro desde as 2000 páginas de material bruto até a narrativa final de 600 páginas, o contato com os entrevistados, desde a desconfiança das primeiras conversas até eventuais amizades, a difícil tarefa de narrar as tragédias pessoais da biografada: os cinco anos de pesquisa realizados por Moser são relatados aqui.

A repercussão de Clarice em outras artes e áreas, como a música, o teatro, a dança e mesmo a psicanálise, e o fascínio que gera entre leitores não especializados. Clarice não demanda cultura literária, mas abertura emocional, diz o entrevistado, no relato pessoalíssimo de alguém que não se pretende especialista em literatura brasileira, mas apaixonado pela obra de Clarice Lispector. Benjamin Moser encerra sua fala com a leitura de um trecho da obra de Clarice que retoma um lado seu pouco lembrado: o humor.

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