A Association pour le Développement des Etudes Portugaises, Brésiliennes, d’Afrique et d’Asie lusophones (ADEPBA, Associação para o desenvolvimento dos estudos portugueses, brasileiros, da África e Ásia lusófonas, em tradução livre) está divulgando uma carta aberta à diretoria da Escola Nacional Superior e da Politécnica francesas, em protesto contra a supressão da língua portuguesa dos exames de acesso às instituições. Junto à carta, há uma petição contra a iniciativa, como informa a mapeada do Conexões Márcia Marques-Rambourg.
Trata-se, segundo a carta, de uma medida incompreensível, sendo o português a sexta língua mais falada no mundo, disseminada por cinco continentes e com mais falantes que outras línguas mantidas no currículo das duas escolas. A carta lembra ainda a importância econômica de alguns países lusófonos para a França, como o Brasil, por sua posição na América do Sul e pelas relações culturais e comerciais que mantém com a França. Outros exemplos são Angola, também um importante parceiro econômico, e Portugal, o terceiro parceiro em termos de exportação.
Outro ponto destacado pelo texto é que a decisão fere os acordos bilaterais para o desenvolvimento de ambas as línguas, o francês e o português, assinados pela França com Portugal e Brasil, respectivamente, no ano de 2006. A supressão da língua portuguesa dos concursos de admissão da Escola Nacional Superior e da Politécnica é, diz a carta, uma péssima mensagem dada pela França, que atenta contra a credibilidade do português como instrumento de formação intelectual e cultural para as próximas gerações daquele país.
O documento é assinado pelo professor Christophe Gonzalez, presidente da ADEPBA. Além da diretoria da Escola Nacional Superior e da Politécnica, receberam a carta o Ministério da Defesa, Ministério da Educação Nacional, e o Ministério do Ensino Superior e da Pesquisa, além dos embaixadores de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal na França.
A petição para a não retirada da língua portuguesa do currículo das instituições pode ser assinada aqui, bastando para isso a inclusão do nome completo e do email do assinante, que também pode deixar comentários. A lista com os mais de mil signatários está disponível para acesso aqui.
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