Gustavo Sorá é antropólogo, argentino, com mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da UFRJ. Estuda o mercado editorial brasileiro e suas publicações desde a perspectiva de sua disciplina, como instrumento de legitimação e meio fundamental de definição da cultura nacional.
Ao regressar à Argentina, depois de dez anos morando no Rio de Janeiro, publicou um estudo sobre a tradução de autores brasileiros no país vizinho. Traducir el Brasil mostra como a seleção de obras de autores brasileiros escolhidos para tradução na Argentina revela mecanismos centrais da existência da cultura e dos campos intelectuais dos dois países. Veja, a respeito, sua entrevista por escrito neste mesmo blog.
Na entrevista em vídeo concedida quando de sua presença no I Encontro Internacional Conexões Itaú Cultura, Gustavo Sorá aborda vários temas de suas pesquisas, da tradução e da presença de autores brasileiros na república platense.
No primeiro segmento, Sorá descreve suas experiências no estudo do mundo do livro no Brasil.
No segundo segmento, Gustavo Sorá trata de algumas particularidades de um “triângulo de prestígio”: ainda que muitas vezes as primeiras traduções de autores brasileiros fossem argentinas, o prestígio de “ser traduzido” só se manifestava para os brasileiros quando a publicação era na França. Menciona também a importância das iniciativas políticas para a difusão das literaturas nacionais.
O papel das percepções simbólicas na construção de mitos intelectuais: o de que o Brasil desconhece a América Latina e vice-versa, e como isso passa pela hegemonia de centros de poder europeus – e agora norte-americano – no campo intelectual, é abordado por Gustavo Sorá no terceiro segmento de sua entrevista.
No segmento final de sua entrevista, Gustavo Sorá trata da presença de escritores brasileiros na Argentina, como Monteiro Lobato, Jorge Amado e como José Mauro Vasconcellos, ao entrar no sistema escolar, se torna o autor brasileiro mais lido na Argentina.
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