O escritor José Eduardo Agualusa, em entrevista à Rádio da ONU comentou a ausência e a precariedade das políticas do governo brasileiro para a divulgação da literatura e dos escritores brasileiros no exterior:
“O Brasil não está a fazer o que Portugal está a fazer, por exemplo. Portugal tem o Instituto Camões cujo objetivo é extamente promover a língua portuguesa no mundo e o Brasil não tem nada equivalente. O Brasil, por exemplo, não dá apoio às traduções de seus autores no estrangeiro. Portugal tem uma política eficiente de apoiar tradução, apoiando inclusive autores africanos também e o Brasil não tem essa política. De vez em quando a Biblioteca Nacional apoia uma ou outra tradução, mas não há uma política definida. O Brasil tem que fazer isso. O Brasil tem que entender que a cultura traz muito dinheiro ao país. (…) Tem que compreender que sua afirmação no mundo passa também pela afirmação da língua portuguesa e tem que criar estruturas de promoção da língua e começar a apoiar seus escritores e seus cantores, seus músicos.”
As declarações do escritor angolano à Rádio das Nações Unidas foram feitas durante um seminário no Parlamento português, em Lisboa, sobre a internacionalização da língua.
A criação de um Instituto Machado de Assis frequentemente é mencionada como um projeto do Itamaraty e do Ministério da Cultura, mas até hoje não saiu do terreno das boas intenções.
As declarações de Agualusa coincidem com o que foi expressado por vários dos partipantes do I Encontro Internacional Conxões – Mapeamento Internacional da Literatura Brasileira, que aconteceu em S. Paulo em dezembro de 2008.
Os depoimentos dos participantes podem ser vistos na seção “áudios e vídeos”, na aba acima. Escute a entrevista de Agualusa: 09061610i
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