O Instituto Camões é o braço do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal para a difusão da língua e da literatura. A Missão do Instituto Camões é propor e executar a política de ensino e divulgação da Língua e Cultura Portuguesa no estrangeiro, assegurar a presença de leitores de português nas universidades estrangeiras e gerir a rede do ensino de português no estrangeiro a nível básico e secundários, em coordenação com outros departamentos governamentais, em especial com os Ministérios da Educação, da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior e da Cultura.
A estrutura de funcionamento do Instituto Camões é muito ampla. O IC conta com Centros de Língua Portuguesa, destinados principalmente ao ensino do idioma; uma rede de docências – professores de português ou cultura e estudos portugueses em grandes universidades e Centros Culturais, com uma maior amplitude de áreas de atuação.
Uma das principais atividades do Instituto Camões para a difusão da literatura portuguesa é o programa de apoio às traduções (suplementado por um programa semelhante do Ministério da Cultura de Portugal – Direção Geral do Livro e Bibliotecas) e apoiado por ações do ICEP – Instituto de Comércio Exterior de Portugal, que financia a presença em feiras e a viagem de autores portugueses aos países onde seus livros são traduzidos.
Para que se tenha uma ideia da extensão da atuação do IC, vejamos sua estrutura de funcionamento.
Centros de Língua Portuguesa
Europa – 25 centros (Antuérpia, Barcelona, Belgrado, Bucareste, Budapeste, Cáceres, Chisinau (Romênia), Constança, Edimburgo, Estocolmo, Hamburgo, Leeds, Lille, Lublin (Polônia), Lyon, Madrid, Newcastle, Oxford, Poitiers, Praga, Tallin (Estônia), Tartu (Estônia), Viena, Vigo e Zagreb.
África – 14 centros (Quelimane, Nampula, Maputo, Beira – Moçambique; Benguela e Luanda – Angola; Windhoek – Namíbia; Tunis, Dacar, S. Tomé, Bissau, Praia, Johannesburgo.
América do Norte – Dois centros (Cidade do México e Newark.
América do Sul – Dois centros (Caracas e Buenos Aires)
Ásia – Quatro centros (Pusan – Coreia do Sul), Díli, Goa e Macau.
Rede de Docência – Docentes em Universidades e Cátedras de Literatura ou Estudos Portugueses
Alemanha – Treze docentes em universidades e duas Cátedras; Áustria – Dois docentes; Bélgica – Cinco docentes; Bulgária – Dois docentes; Croácia – Dois docentes); Eslováquia – Dois docentes; Espanha – 19 docentes, duas Cátedras; Finlândia – 16 docentes e três cátedras; Hungria – Quatro docentes; Irlanda – dois docentes; Itália – 16 docentes e oito Cátedras; Moldávia – dois docentes; Polônia – dois docentes e uma Cátedra; República Checa – nove docentes; Romênia – dois docentes e duas Cátedras; Rússia – Quatro docentes; Turquia – dois docentes; Eslovênia, Grécia, Holanda, Lituânia, Macedônia, Noruega, Sérvia, Suécia e Ucrânia – um docente em cada.
Centros Culturais
Rabat (com um polo em Casablanca); Vigo; Bangkok, Bissau, Brasília, Díli, Luanda, Maputo, Beira, Nova Deli, Paris, Rabat, S. Tomé, Príncipe, Tóquio, Praia, Luxemburgo, Mindelo e Pequim.
Programa de apoio às traduções
O Programa de Apoio às Traduções do Instituto Camões financia custos de traduções para diferentes países. O programa está desenhado para apoiar não apenas autores portugueses como também autores africanos de expressão portuguesa. Curiosamente, no decorrer dos anos, vários autores brasileiros também se beneficiaram do programa, como Euclides da Cunha (a tradução de Os Sertões que Berthold Zilly fez para o alemão). Na Bulgária foram publicados livros de Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Coelho, Guilherme Figueiredo, Lygia Bojunga Nunes, Vander Piroli, José Mauro Vasconcelos, Graciliano Ramos e José Sarney. Fernando Sabino teve sua tradução financiada na Espanha, assim como Manuel Bandeira, Clarice Lispector e João Ubaldo Ribeiro na França e Carlos Drummond de Andrade na Itália.
O programa de apoio às traduções do Instituto Camões já beneficiou autores lusófonos em 59 países. Recentemente o Instituto Camões estabeleceu o princípio de que, a cada ano, um idioma seria favorecido (embora possam ser concedidas bolsas para outros idiomas). Atualmente a preferência é para o financiamento de traduções para o espanhol.
A Direção Geral do Livro e Bibliotecas do Ministério da Cultura tem um programa semelhante e, ademais, um sistema de apoio para a publicação de autores brasileiros no Brasil, que financiou a edição de autores clássicos (a Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, por exemplo) e autores contemporâneos.
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