Oceanos e Itaú Cultural anunciam as obras vencedoras da edição 2019 do prêmio de literatura em língua portuguesa: o primeiro lugar foi para Luanda, Lisboa, Paraíso, da escritora portuguesa nascida em Angola Djaimilia Pereira de Almeida (Companhia das Letras Portugal e Brasil), o segundo foi para Eliete, da portuguesa Dulce Maria Cardoso (Tinta da China, Portugal) e o terceiro foi Sorte, da brasileira Nara Vidal (Moinhos). Os três livros são romances e foram eleitos de uma lista de 10 finalistas (lembrando que o prêmio não separa os livros concorrentes de acordo com o gênero em que se inserem).
O anúncio das premiadas ocorreu no dia 5 de dezembro, em cerimônia aberta ao público na sede do Itaú Cultural, em São Paulo. Aberta ao público, a cerimônia de anúncio dos vencedores contou também com um debate entre os jurados sobre o atual momento da literatura em língua portuguesa a partir dos livros finalistas. A mediação ficou por conta dos jornalistas e curadores do prêmio Isabel Lucas (de Portugal) e Manuel da Costa Pinto (do Brasil).
Compuseram o júri final do prêmio dois portugueses: o poeta Daniel Jonas e o crítico literário Manuel Frias Martins; e três brasileiras: as escritoras Maria Esther Maciel e Veronica Stigger, e a crítica literária Eliane Robert Moraes.
Mais sobre as obras e autoras vencedoras:
1º lugar – Luanda, Lisboa, Paraíso, de Djaimilia Pereira de Almeida
Considerações do júri: “Neste romance que narra o trajeto de pai e filho de Luanda para Lisboa – tendo como destino final, em Lisboa, o ‘bairro de lata’ (favela) de Paraíso –, Djaimilia Pereira de Almeida compõe, através de linguagem viva, um relato sensível sobre as ilusões e desilusões do mundo pós-colonial.”
Sobre a autora: Djaimilia Pereira de Almeida nasceu em Luanda, Angola, e cresceu nos arredores de Lisboa, Portugal. Além deste, é autora dos livros Esse cabelo, Ajudar a cair, Pintado com o Pé e A visão das plantas. Participou da programação oficial da Flip 2017.
2º lugar – Eliete – A vida normal, de Dulce Maria Cardoso
Considerações do júri: “Exílio existencial e solidão de uma mulher de classe média estão impressos neste romance acerca do tédio da sociedade contemporânea, do vazio da vida urbana e das redes sociais.”
Sobre a autora: Dulce Maria Cardoso nasceu em Fonte Longa, Trás-os-Montes, Portugal, em 1964. Aos seis meses de idade mudou-se para Luanda, Angola, de onde retornou após a descolonização e com o início da guerra civil no país. Publicou, entre outros, os romances Campo de Sangue, Os meus sentimentos e O retorno, e os livros de contos Até nós e Tudo são histórias de amor.
3º colocado – Sorte, de Nara Vidal
Considerações do júri: “Com uma linguagem austera, reduzida ao osso da palavra, o romance de Nara Vidal aborda a imigração para o Brasil no século 19 e a degradação da mulher em um ambiente marcado pela escravidão e pelo racismo.”
Sobre a autora: Nara Vidal nasceu em Guarani, Minas Gerais, em 1974, e vive em Londres desde 2001. É autora de diversos títulos infantojuvenis e do livro de contos A loucura dos outros. Sorte é seu primeiro romance.
O Prêmio Oceanos chegou à 17ª edição com um número recorde de inscritos: 1.467 livros de 10 diferentes países, publicados por 314 editoras. Executado em três etapas de avaliação das obras, o prêmio contou, no primeiro júri, com 72 membros de cinco países para eleger os 53 autores semifinalistas: 33 brasileiros, 18 portugueses e dois angolanos. Do segundo júri, responsável pela seleção de 10 finalistas – cinco obras do Brasil, quatro de Portugal e uma de Angola –, participaram nove membros de três países.
O prêmio é uma realização em parceria com o Banco Itaú, com a República de Portugal (por meio do Fundo de Fomento Cultural Português) e com a CPFL Energia, e conta com o apoio do Itaú Cultural, do Instituto CPFL e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, e com o apoio institucional da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Leia mais sobre o Prêmio Oceanos.
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