O escritor peruano Carlos Yushimito acaba de lançar Tienen sus Propias Puertas (Os Bosques Têm suas Próprias Portas, sem tradução no Brasil), que chega este mês à Espanha.
Alguns dos contos “estão mobiliados pela geografia e sonoridade brasileiras”, como diz o artigo do jornal espanhol El País que contém uma recente entrevista com o escritor. Nos seus quatro livros publicados há paisagens construídas a partir do nordeste brasileiro e das favelas. Yushimito nunca veio ao Brasil e afirma não ter pudor algum em ser fiel ao referente. Seu imaginário se construiu a partir do cinema e da literatura brasileiras, destacando Rubem Fonseca e Guimarães Rosa como principais influências.
Na entrevista, Yushimito aprofunda a questão da não proximidade e do imaginário de Brasil em sua literatura.
O Fora – conceito de Maurice Blanchot para designar um espaço próprio à literatura onde reinam a neutralidade, a impossibilidade e o imaginário – torna-se bastante apropriado para se refletir sobre a distanciação do referente na criação literária. Confira o livro da escritora Tatiana Salem Levy A Experiência do Fora – Blanchot, Foucault e Deleuze, em que a autora analisa o conceito de “fora” forjado por Blanchot para refletir sobre a relação entre a literatura e o real, publicado pela Civilização Brasileira em 2011.
Deixe um comentário