Poeta brasileira Marília Garcia conquista primeiro lugar no prêmio Oceanos 2018
em 10/12/2018

Em decisão inédita, três poetas e um autor de país africano estão entre os quatro vencedores do prêmio: os portugueses Bruno Vieira Amaral e Luis Quintais e o moçambicano Luís Carlos Patraquim, além da autora brasileira.

 

Itaú Cultural e Oceanos anunciaram na tarde de sexta-feira, 7 de dezembro, o resultado da edição 2018. Pela primeira vez a cerimônia foi realizada fora do Brasil: no Palácio da Ajuda, em Lisboa, cidade que também acolheu a reunião do Júri Final. Com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a ministra da Cultura portuguesa Graça Marques e o diretor do Itaú Cultural Eduardo Saron, o Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa anunciou os quatro vencedores de 2018: uma brasileira, dois portugueses e um moçambicano, consagrando escritores de três continentes e aprofundando o processo de internacionalização do prêmio.

 

A poeta brasileira Marília Garcia ficou em primeiro lugar com o livro Câmera Lenta, recebendo o prêmio de R$ 100 mil. Em segundo lugar, o português Bruno Vieira Amaral, autor do romance Hoje estarás comigo no paraíso, receberá prêmio de R$ 60 mil. O livro de poesia A Noite Imóvel, do português Luís Quintais, ficou em terceiro lugar, pelo qual terá premiação de R$ 40 mil. Fechando a lista, o quarto colocado é o poeta moçambicano Luís Carlos Patraquim, autor de O Deus Restante, premiado com R$ 30 mil.

Marília Garcia (foto Ivson Miranda)

Marília Garcia (foto Ivson Miranda)

O Júri Final – composto pela angolana Ana Paula Tavares, pelos portugueses Helena Buescu e Pedro Mexia, e pelos brasileiros Flora Sussekind, Heitor Ferraz Mello e Julián Fuks – escolheu três livros de poesia entre os quatro livros vencedores da edição de 2018, que avaliou livros com publicação em 2017. De modo inédito na história do prêmio, os livros de poesia prevalecem sobre os livros de prosa e incluem um escritor do continente africano.

 

“Esta edição do Oceanos está rica, cheia de ineditismos: pela primeira vez, anunciamos os premiados em Lisboa, temos autores do Brasil, de Portugal e de Moçambique, o que revela a importância da internacionalização do prêmio, e, de quatro títulos vencedores, três são de poesia, uma dado que merece atenção”, observa a gestora cultural Selma Caetano, curadora e idealizadora do prêmio.

 

“Tudo isso, fortalece a literatura em língua portuguesa e o papel do Oceanos, que é o de ampliar o conhecimento desta produção em todos os continentes onde há países em que se escreve em português e promover o intercâmbio de livros e entre autores e editoras”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, que, na ocasião, também anunciou a decisão do instituto de doar 4.200 livros de clássicos da literatura brasileira para 303 bibliotecas de Portugal – são coleções de 14 livros de autores como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Cyro dos Anjos e Machado de Assis, entre romances, contos, poesia e crônicas.

 

 

A convite do Ministério da Cultura de Portugal, a reunião do júri e o evento de anúncio do resultado aconteceram pela primeira vez fora do Brasil, onde o prêmio foi criado em 2003 – inicialmente como prêmio Portugal Telecom e, a partir de 2015, como Oceanos.

 

Desde a edição de 2017, o Oceanos passou a contemplar obras publicadas originalmente em língua portuguesa em todo o mundo – tanto nos países em que se fala oficialmente esta língua quanto naqueles em que o português não é reconhecido como idioma oficial. Com isso, o prêmio se tornou um radar da produção contemporânea dos países unidos pelo idioma.

 

A realização dessa etapa final em Portugal reforça a proposta do Oceanos de promover o intercâmbio da literatura em língua portuguesa, aumenta a abrangência cultural e a repercussão do prêmio no mundo, e fortalece a governança do Oceanos pelo Itaú Cultural, que também fornece a tecnologia que permite que os livros circulem digitalmente entre curadores e jurados dos diferentes países de língua portuguesa.

 

O Banco Itaú patrocina o Oceanos ao lado da CPFL Energia, do Instituto CPFL e do governo de Portugal, este por meio do Fundo de Fomento Cultural Português. A curadoria da edição de 2018 foi da gestora cultural Selma Caetano, da editora brasileira Mirna Queiroz e dos jornalistas Isabel Lucas (de Portugal) e Manuel da Costa Pinto (Brasil).

 

Outras informações sobre Oceanos e os vencedores, no site oficial do prêmio.

 

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