Em decisão inédita, três poetas e um autor de país africano estão entre os quatro vencedores do prêmio: os portugueses Bruno Vieira Amaral e Luis Quintais e o moçambicano Luís Carlos Patraquim, além da autora brasileira.
Itaú Cultural e Oceanos anunciaram na tarde de sexta-feira, 7 de dezembro, o resultado da edição 2018. Pela primeira vez a cerimônia foi realizada fora do Brasil: no Palácio da Ajuda, em Lisboa, cidade que também acolheu a reunião do Júri Final. Com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a ministra da Cultura portuguesa Graça Marques e o diretor do Itaú Cultural Eduardo Saron, o Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa anunciou os quatro vencedores de 2018: uma brasileira, dois portugueses e um moçambicano, consagrando escritores de três continentes e aprofundando o processo de internacionalização do prêmio.
A poeta brasileira Marília Garcia ficou em primeiro lugar com o livro Câmera Lenta, recebendo o prêmio de R$ 100 mil. Em segundo lugar, o português Bruno Vieira Amaral, autor do romance Hoje estarás comigo no paraíso, receberá prêmio de R$ 60 mil. O livro de poesia A Noite Imóvel, do português Luís Quintais, ficou em terceiro lugar, pelo qual terá premiação de R$ 40 mil. Fechando a lista, o quarto colocado é o poeta moçambicano Luís Carlos Patraquim, autor de O Deus Restante, premiado com R$ 30 mil.
“Esta edição do Oceanos está rica, cheia de ineditismos: pela primeira vez, anunciamos os premiados em Lisboa, temos autores do Brasil, de Portugal e de Moçambique, o que revela a importância da internacionalização do prêmio, e, de quatro títulos vencedores, três são de poesia, uma dado que merece atenção”, observa a gestora cultural Selma Caetano, curadora e idealizadora do prêmio.
“Tudo isso, fortalece a literatura em língua portuguesa e o papel do Oceanos, que é o de ampliar o conhecimento desta produção em todos os continentes onde há países em que se escreve em português e promover o intercâmbio de livros e entre autores e editoras”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, que, na ocasião, também anunciou a decisão do instituto de doar 4.200 livros de clássicos da literatura brasileira para 303 bibliotecas de Portugal – são coleções de 14 livros de autores como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Cyro dos Anjos e Machado de Assis, entre romances, contos, poesia e crônicas.
A convite do Ministério da Cultura de Portugal, a reunião do júri e o evento de anúncio do resultado aconteceram pela primeira vez fora do Brasil, onde o prêmio foi criado em 2003 – inicialmente como prêmio Portugal Telecom e, a partir de 2015, como Oceanos.
Desde a edição de 2017, o Oceanos passou a contemplar obras publicadas originalmente em língua portuguesa em todo o mundo – tanto nos países em que se fala oficialmente esta língua quanto naqueles em que o português não é reconhecido como idioma oficial. Com isso, o prêmio se tornou um radar da produção contemporânea dos países unidos pelo idioma.
A realização dessa etapa final em Portugal reforça a proposta do Oceanos de promover o intercâmbio da literatura em língua portuguesa, aumenta a abrangência cultural e a repercussão do prêmio no mundo, e fortalece a governança do Oceanos pelo Itaú Cultural, que também fornece a tecnologia que permite que os livros circulem digitalmente entre curadores e jurados dos diferentes países de língua portuguesa.
O Banco Itaú patrocina o Oceanos ao lado da CPFL Energia, do Instituto CPFL e do governo de Portugal, este por meio do Fundo de Fomento Cultural Português. A curadoria da edição de 2018 foi da gestora cultural Selma Caetano, da editora brasileira Mirna Queiroz e dos jornalistas Isabel Lucas (de Portugal) e Manuel da Costa Pinto (Brasil).
Outras informações sobre Oceanos e os vencedores, no site oficial do prêmio.
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