O professor Ramón Villares, presidente do Consello da Cultura Galega esteve hoje no instituto Itaú Cultural, onde fez palestra e conversou com gerentes das várias áreas do IC e convidados, tratando sobre os desafios e expectativas da cooperação cultural entre a Galiza e o Brasil.
O programa Conexões Itaú Cultural – Mapeamento Internacional da Literatura Brasileira organizou, em outubro do ano passado, em colaboração com o Consello da Cultura Galega e com a Universidade de Santiago de Compostela um encontro com a presença de escritores e pesquisadores brasileiros e galegos.
O professor Villares falou sobre as características das instituições culturais das regiões autônomas espanholas (Galiza, País Basco, Catalunha e Valência), surgidas depois da redemocratização do país e do fim do regime franquista. Mostrou dados sobre a importância dos gastos familiares e governamentais com produtos culturais e as mudanças e dificuldades recentes decorrentes do aprofundamento da crise econômica europeia, e particularmente a espanhola.
O Consello da Cultura Galega é um órgão assessor e consultivo, com capacidade de iniciativas, pesquisas e organização com vistas à defesa e promoção dos valores culturais do povo galego. Está composto por representantes de entidades (universidades, academias, associações ligadas à cultura) e personalidades escolhidas, tem personalidade jurídica própria e atua com independência diante dos poderes da Comunidade Autônoma da Galiza e de sua administração. Sua existência foi determinada pelo Estatuto da Autonomia da Galiza, que faz às vezes da constituição da comunidade.
Os galegos tiveram forte presença nos fluxos imigratórios para o Brasil até os anos sessenta, distribuindo-se entre o sudeste, a Bahia e o nordeste.
O professor Ramón Villares pretende trabalhar para que o Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Estado da Cultura de S. Paulo, dedique um espaço maior à importância do galego na constituição do idioma português. De fato, o português moderno se forma a partir do galaico-português, consolidando-se após as guerras da independência de Portugal, a partir do Século XII.
A Galiza atualmente faz gestões para participar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
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